Skip to content

Apresentação

Após a pandemia, o Cinecipó retomou as atividades presenciais realizando sessões e oficinas em Belo Horizonte, Serra do Cipó, Morro do Pilar e Jaboticatubas. E agora é hora de reencontrar com o público de BH no Cine Humberto Mauro, um dos cinemas mais tradicionais e importantes do Brasil. E é no escuro dos cinemas, como disse Godard, que queima-se imaginário para aquecer o real. Meses de trabalho antecederam o momento de projetar, assistir junto e conversar sobre as obras. Esta edição contou novamente com o programa novos curadores, que possibilita que pessoas que trabalham com audiovisual, com diferentes trajetórias, vivenciem um processo de curadoria como assistentes no Cinecipó. Em breve será lançado o catálogo do festival com textos sobre boa parte dos filmes exibidos. Está em fase de diagramação o livro “Cinema: devir e reconhecimento”, com treze capítulos de autores de várias partes do Brasil e uma tradução inédita de um texto da pesquisadora francesa Nicole Brenez. O livro será o terceiro lançado pelo festival.

A identidade visual tem como base ferramentas da coleção de Cardes Monção, coordenador do Cinecipó e do artista visual Kenny Mendes, responsável pelas artes. São ferramentas encontradas ao acaso ou ganhadas. De locais variados, como o machado da aldeia Xerente nas margens do Tocantins, a foice dos campos de altitude da Serra do Cipó, o facão do quilombo dos Marques e a peixeira de pescadores artesanais da Bahia. Nelas nota-se o desgaste do uso e do tempo. Cultivaram e defenderam territórios. Se inserem numa história de resistência contínua e escrita de um futuro de liberdade e democracia crescentes, ainda que sempre sob ameaças. E a essas ferramentas somam-se outras: as câmeras e as ilhas de edição, que nos fazem chegar as histórias do mundo.

O Cinecipó agradece todas as pessoas que colaboraram para essa edição, nossa dedicada equipe, nossa patrocinadora – a MGS, a equipe da Fundação Clóvis Salgado e Humberto Mauro, às trabalhadores da Fundação Municipal de Cultura, diretores e diretoras das obras e suas equipes e ao Espaço Comum Luiz Estrela.

Desejamos boas sessões!