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Jason Miller

Uma ferramenta contra a censura

Amantes da liberdade estão sendo censurados por big techs e autoridades

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Jason Miller

Presidente da rede social Gettr e ex-conselheiro sênior do ex-presidente Donald Trump

Há até pouco tempo, a censura parecia ser um fantasma distante no Brasil. Novos ventos, porém, trouxeram novos desafios.

Por um lado, vivemos sob uma nova ortodoxia estabelecida pelas big techs —um punhado de grandes empresas que controlam virtualmente todas as redes sociais. Como os Estados totalitários, essas organizações —disfarçadas de empresas de mídia social— não só monitoram cada passo do cidadão: exercem um controle completo sobre seus pontos de vista, enquanto lucram com os seus dados.

Nos EUA, muitos foram censurados e cancelados só porque apoiaram Donald Trump. Em outros países, grupos que questionam as políticas de lockdown foram varridos do mapa digital. Recentemente, o Linkedin bloqueou perfis de jornalistas americanos na China.

Jason Miller, ex-assessor de comunicação de Donald Trump, durante entrevista no Senado dos EUA, em fevereiro - Erin Scott - 13.fev.2021/Reuters

Lançamos a rede social Gettr em 4 de julho (Dia da Independência dos EUA) para enfrentar a cultura do cancelamento. Logo ficamos abismados com o interesse dos brasileiros. Por isso, fui ao Brasil em setembro para participar da Cpac (conferência conservadora). Aí, aprendi que muitos brasileiros amantes da liberdade estavam sendo censurados não só pelas big techs, mas também por suas autoridades —muito além dos limites da lei.

Entendi também que as pessoas que se sentem perseguidas por suas opiniões no Brasil costumam ser as que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. É natural, então, que estejam entre os primeiros brasileiros a aderir à Gettr: estão entre os milhões em todo o mundo que anseiam por um fórum de liberdade.

A coisa logo ficou mais pessoal: quando partia, fui detido por três horas pela Polícia Federal, no aeroporto de Brasília, para ser interrogado sobre a Gettr por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ficou claro que eu havia sido pego em uma rixa entre ele e Bolsonaro. Nosso crime imaginário teria sido divulgar nossa nova plataforma de mídia social baseada na liberdade de expressão.

Cabe o esclarecimento: somos uma plataforma para todos (não só bolsonaristas), a quem encorajamos que exercitem suas visões políticas —não importam quais— sem medo de serem constrangidos ou silenciados. Ninguém é "cancelado" na Gettr por suas opiniões, e todos são bem-vindos a participar do nosso "livre mercado de ideias".

Diferentemente de outras plataformas de mídia social que tentaram ocupar esse espaço e falharam, a Gettr não é terra sem lei: tem uma política de moderação robusta, que protege as pessoas de abusos, ameaças de violência, bullying e ilegalidades. Em suma, é um espaço onde você goza das mesmas liberdades que teria em uma praça pública.

Uma democracia saudável é aquela em que os cidadãos podem se reunir para debater ideias e apresentar queixas contra seus líderes constituídos. Agradeço à Folha por permitir que eu expresse a minha visão e a verdade que parte da imprensa brasileira ignorou. A Gettr quer ser uma força do bem na luta pela liberdade de expressão.

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