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Bolsonaro quer tipificar invasão de propriedade por MST e MTST como prática terrorista

Pré-candidato à Presidência afirmou que é preciso ser 'radical' com esses movimentos e Boulos reage
Jair Bolsonaro Foto: Alexandre Cassiano
Jair Bolsonaro Foto: Alexandre Cassiano

RIO - Em mais uma declaração contra os movimentos sociais, o pré-candidato do PSL à Presidência , deputado Jair Bolsonaro , disse nesta segunda-feira que as ações do MST e do MTST de invadir propriedades devem ser tipificadas como ações “terroristas”.

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— Nós temos que tipificar como terroristas as ações desses marginais (do MST e do MTST) — atacou Bolsonaro, que fez palestra para centenas de empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

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Para ouvir Bolsonaro, que pouco falou sobre como pretende resolver os problemas econômicos do país, cada empresário desembolsou R$ 220, caso não fosse associado à ACRJ. Sócios pagaram R$ 180. Cerca de 300 ingressos foram adquiridos.

— Proriedade privada, é privada. É sagrado e ponto final. Invadiu, garantindo que é ato ilegal,  chumbo — pregou o deputado.

De acordo com ele, é preciso ser “radical” com essas questões. Ele classificou os militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) como “vagabundos e marginais”.

BOULOS REAGE

O MST disse, por meio da assessoria, que não iria responder aos ataques para “não entrar na agenda de discussão do Bolsonaro”. Já o pré-candidato do PSOL à Presidência e líder do MTST respondeu duramente ao adversário:

— Bolsonaro deveria seguir o conselho dos seus marqueteiros e ficar calado. Além disso, vagabundo é quem recebe auxílio moradia tendo casa própria. E terrorista é quem foi “aposentado” pelo Exército brasileiro por planejar explodir um quartel — disse por meio da assessoria.

PREÇO DA GASOLINA

Questionado sobre questões econômicas, como a alta dos preços dos combustíveis, Bolsonaro disse que a “Petrobras não pode” querer recuperar o que perdeu com a corrupção às custas do consumidor.

— Não pode a Petrobras querer tirar atraso da roubalheira lá de trás do consumidor aqui...Não pode quebrar o contribuinte — argumentou o pré-candidato.

Bolsonaro, porém, evitou falar sobre a política de preços da estatal, que tem reajustado o preço dos combustíveis de acordo com o preço internacional do barril de petróleo.

O pré-candidato do PSL disse que não poderia ser cobrado sobre soluções para todos os problemas do Brasil.

— Eu não sou inconsequente. Não tenho na ponta da língua a solução para o Brasil. Às vezes, não tenho para minha casa, que são quatro pessoas. Eu tenho que ouvir todo mundo — disse.

Durante a palestra, ao abordar as questões relacionadas ao meio ambiente, ele voltou a dizer que anexará desse setor ao Ministério da Agricultura e criticou a demarcação de terras indígenas e reservas ambientais.