BRASÍLIA — O Ministério da Educação (MEC) anunciou que encaminha desde a manhã desta quinta-feira mais um comunicado a escolas do país, desta vez suspendendo o pedido de filmagem e envio de vídeos de alunos em cerimônia com canto do Hino Nacional e leitura de carta assinada pelo ministro da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez. É a terceira mensagem nesta semana. Segundo o ministério, as gravações não devem ser mais enviadas ao governo por “questões técnicas de armazenagem e de segurança”.
A decisão de suspender o pedido de envio de vídeos para o governo foi tomada na quarta-feira e registrada no documento com esclarecimentos que Vélez Rodríguez teve que prestar ao Ministério Público Federal. O ministro já havia mandado uma segunda carta a escolas, retirando o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro que constava como parte da mensagem a ser lida aos alunos.
Nessa segunda versão, disparada na terça-feira, ele manteve a sugestão de envio dos vídeos, mas ressaltando que era preciso encaminhar também autorização legal de uso da imagem das pessoas filmadas ou de seus responsáveis. A menção à autorização não constava da primeira carta, que foi remetida por e-mail na segunda-feira.
O teor da carta original abriu uma crise no MEC, que agora faz a terceira versão do documento em quatro dias, desde a segunda-feira. PT e PSOL propuseram ações contra Vélez na Justiça. O Congresso reagiu. Até o movimento Escola sem Partido, aliado do governo Bolsonaro, criticou a atitude, dizendo que a carta de Vélez se compara às rosas em forma de estrela do PT plantadas no jardim do Palácio da Alvorada no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Abaixo, a íntegra do novo comunicado:
"Em relação à mensagem anterior do Ministério da Educação (MEC), dirigida aos senhores e senhoras diretores e diretoras de escolas, por questões técnicas de armazenamento e de segurança, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez decidiu suspender o pedido de filmagem e de envio dos vídeos por e-mail."